Alan Wake:
Lá se vão quase cinco anos de expectativa desde que "Alan Wake" foi anunciado na E3 em 2005. Primeira produção do estúdio finlandês Remedy para um console da atual geração, sucedendo o aclamado "Max Payne 2", o título traz uma mecânica similar às aventuras do policial durão, mas se diferencia totalmente ao apresentar uma narrativa forte, intrigante e extremamente bem contada.
Alan é um renomado escritor de livros de terror, bem ao estilo Stephen King. Contudo, nos últimos dois anos sofre com algum tipo de bloqueio mental e não consegue escrever mais nada, o que o leva a tirar férias junto com a mulher, Alice, na pequena cidade de Bright Falls, encrustada no meio de florestas.
O povo é pacato, mas algo muito estranho habita o lugar e logo Alan é obrigado a enfrentar um pesadelo similar aos contos que escreve: sua mulher é raptada e durante a noite criaturas malignas infestam a cidade, matando pessoas pelo lugar. Para resolver isso, Wake precisa reaver páginas de um livro cuja história ele supostamente escreveu, mas que não lembra de ter criado. Mais curioso ainda é o fato de que o tal livro narra exatamente os perigos que Alan está sofrendo.
História de qualidade
O empolgante roteiro é mostrado por meio de uma mecânica bem similar à de jogos de ação com visão em terceira pessoa, como "Silent Hill", "Resident Evil 4" e os próprios "Max Payne". Mas o que impera aqui não é a ação frenética, mas sim o clima de terror e insegurança que o jogo cria. Por mais que o visual não seja uma mostra dos efeitos mais avançados do Xbox 360, a composição geral é impecável, criando um clima absurdamente verossímil. Os efeitos de luz podem não ser lá dos mais impressionantes, por exemplo, mas cumprem bem a função de passar um ar de solidão e aridez a certos trechos.
Aliás, a luz desempenha papel fundamental na trama, uma vez que os monstros que atacam Alan e outras pessoas habitam a escuridão.
Assim, para vencê-los deve-se primeiro acabar com esse elemento, para aí então dar cabo de forma mais tradicional em jogos do tipo - ou seja, dando tiros.
Na prática, isso implica em duas etapas: com uma lanterna Alan acaba com a escuridão, com a pistola põe fim ao inimigo. Posteriormente outros equipamentos aparecem, como sinalizadores e rifles, aumentando o poder de ataque.
Apesar de simples, o sistema é criativo e ajuda a reforçar a tensão dos combates, visto que às vezes Alan é perseguido por vários inimigos e deve-se criar uma estratégia, definir quem atacar primeiro e até usar a lanterna para atrasar alguns monstros enquanto se ataca outros mais próximos. As missões são pouco criativas, caindo geralmente no esquema de "vá do ponto A ao ponto B" ou "proteja determinado personagem durante certo trajeto". No caminho, botões para ativar, portas para abrir e muitos itens brilhantes para coletar - a fórmula de jogos de survival horror é antiga, mas continua funcionando bem.
Porém, o charme de "Alan Wake" não está na mecânica pouco inovadora e meramente competente, mas sim na narrativa. Tal qual um bom seriado ou livro de suspense, a história é recheada de mistérios interessantes que vão sendo resolvidos aos poucos, mas ao mesmo tempo deixando mais perguntas no ar. Alan enfrenta eventos sobrenaturais e aterrorizantes que rivalizam com os que ele mesmo escreve em seus livros. Aliás, vale a curiosidade: o game é estruturado mesmo como um seriado televisivo, com vinheta de apresentação ao final de cada episódio e até uma recapitulação do que aconteceu anteriormente ao início de uma nova etapa.
Assim, para vencê-los deve-se primeiro acabar com esse elemento, para aí então dar cabo de forma mais tradicional em jogos do tipo - ou seja, dando tiros.
Na prática, isso implica em duas etapas: com uma lanterna Alan acaba com a escuridão, com a pistola põe fim ao inimigo. Posteriormente outros equipamentos aparecem, como sinalizadores e rifles, aumentando o poder de ataque.
Apesar de simples, o sistema é criativo e ajuda a reforçar a tensão dos combates, visto que às vezes Alan é perseguido por vários inimigos e deve-se criar uma estratégia, definir quem atacar primeiro e até usar a lanterna para atrasar alguns monstros enquanto se ataca outros mais próximos. As missões são pouco criativas, caindo geralmente no esquema de "vá do ponto A ao ponto B" ou "proteja determinado personagem durante certo trajeto". No caminho, botões para ativar, portas para abrir e muitos itens brilhantes para coletar - a fórmula de jogos de survival horror é antiga, mas continua funcionando bem.
Porém, o charme de "Alan Wake" não está na mecânica pouco inovadora e meramente competente, mas sim na narrativa. Tal qual um bom seriado ou livro de suspense, a história é recheada de mistérios interessantes que vão sendo resolvidos aos poucos, mas ao mesmo tempo deixando mais perguntas no ar. Alan enfrenta eventos sobrenaturais e aterrorizantes que rivalizam com os que ele mesmo escreve em seus livros. Aliás, vale a curiosidade: o game é estruturado mesmo como um seriado televisivo, com vinheta de apresentação ao final de cada episódio e até uma recapitulação do que aconteceu anteriormente ao início de uma nova etapa.
A Remedy ainda faz um trabalho fenomenal de ambientação, seja na parte gráfica, criando uma neblina que reforça o tom misterioso, ou elementos adicionais que não são cruciais, mas mostram apuro e dedicação. Os melhores exemplos são rádios e televisões espalhados pelos cenários que, quando ligados, transmitem programas que aludem ligeiramente às situações de terror que Alan está passando.
Outro recurso é na forma de páginas solitárias do tal livro que Alan parece ter escrito jogadas pelo caminho. Cada uma narra cenas que o herói ainda vai enfrentar, já criando desde cedo uma certa tensão e expectativa para o fato. Pena que, por outro lado, esse artifício acaba tirando muito do impacto de certas cenas - mas isso não muda o fato de ser uma boa história.
Outro recurso é na forma de páginas solitárias do tal livro que Alan parece ter escrito jogadas pelo caminho. Cada uma narra cenas que o herói ainda vai enfrentar, já criando desde cedo uma certa tensão e expectativa para o fato. Pena que, por outro lado, esse artifício acaba tirando muito do impacto de certas cenas - mas isso não muda o fato de ser uma boa história.
Como já virou padrão em produções atuais, a aventura dura cerca de 10 a 15 horas, deixando pontas para eventuais continuações. O bacana é que a Remedy já confirmou episódios extras que não apenas continuam a trama, mas também oferecem pontos de vista diferentes para determinadas cenas.